terça-feira, 9 de setembro de 2014

Marina Silva - a candidata que fará as "escolhas certas"



Um momento muito interessante do debate entre os candidatos à presidência ocorrido no SBT, no dia 2, foi quando Dilma perguntou de onde Marina ia tirar o dinheiro para cumprir algumas de suas "promessas", como a antecipação dos 10% do PIB para a educação, o investimento de 10% da receita bruta da União em Saúde, o Passe Livre, dentre outras propostas que, segundo Dilma, custariam 140 bilhões.

Marina respondeu que não são promessas e sim "compromissos". Disse que vai buscar eficiência no gasto público. As palavras exatas foram:

"Uma outra coisa que vamos fazer para conseguir os recursos, é fazer com que o nosso orçamento possa ser acrescido a partir da eficiência que teremos em relação aos tributos que serão recolhidos da sociedade".

O que a Marina quis dizer é que, de alguma forma que ela não explica, irá gastar com mais eficiência os recursos públicos e assim conseguir os 140 bilhões. Uma total incógnita.

Depois disse que ninguém pergunta de onde vai sair o dinheiro quando é para subsidiar os juros dos bancos, mas que todos fazem essa pergunta quando se fala em investir em educação.

Esse é um discurso muito bonito e que até certo ponto é coerente. Porém, quando sai da boca de uma candidata que propõe a independência do Banco Central e que tem uma banqueira bastante engajada na sua equipe de campanha, me parece um discurso muito contraditório. Será que dá para acreditar que Marina Silva vai ter uma postura menos benéfica em relação aos bancos do que os outros candidatos?

Para nos dar mais segurança de que ela vai agir diferente, logo em seguida diz:

"Vamos fazer as escolhas certas e não manter as escolhas erradas, como vem sendo feito".

Com muitas frases de efeito e abstratas, a estratégia de Marina está dando certo e cada vez mais caminha em direção ao segundo turno.

Outro fato que me deixou muito receoso com relação à Marina, foi sua atitude diante da pressão do Pastor Silas Malafaia.

Por causa da pressão de um único líder religioso, ela alterou trechos de seu plano de governo antes mesmo de ser eleita.

Se ela se tornar presidente, será que vai resistir à pressão da Revista Veja, da Globo, da bancada ruralista, da bancada evangélica, dentre tantos outros grupos que vão fazer pressão constante sobre seu governo?

Marina não diz de onde vão sair os recursos para implementar seus projetos, não diz como vai conseguir o apoio do congresso para aprová-los, nem mesmo se dá ao trabalho de detalhar suas propostas.

Ela quer que votemos nela, confiando que, após eleita, fará uma gestão super eficiente dos recursos públicos, que tomará as "decisões certas" e que irá deixar para trás a "velha política", sem corrupção, sem negociatas, sem juros altos e muito mais.

É compreensível que muitos tenham medo do que pode vir a ser um governo de Marina Silva. Não acho que devamos ter medo da mudança. Mas para que queiramos que ela ocorra, precisamos ter o mínimo de segurança de que ela tornará as coisas melhores. Não basta apenas mudar. Algo que consideramos ruim, sempre pode ficar pior.

Marina aparenta ser simplesmente mais do mesmo. O mesmo discurso, as mesmas promessas abstratas, os mesmos tipos de acordos, enfim, a mesma "velha política". Quem votará nela, apostando que ela fará uma grande revolução na política, provavelmente vai se decepcionar.


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