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| Assembléia de greve dos metroviários |
Falaram sobre o caos em que a cidade se encontrava, sobre as dificuldades que as pessoas estavam passando para chegar ao trabalho, além de vários outros problemas decorrentes da ação grevista.
Conforme as reportagens iam sendo exibidas, era claro o objetivo de criminalizar a greve a todo custo, mostrando mil e uma razões para os espectadores serem contrários à greve.
A pior parte da cobertura foi quando mostraram que muitos trabalhadores estão sendo punidos pelos patrões por chegarem atrasados ou por não conseguirem chegar ao trabalho. Ou seja, o patrão que chega ao trabalho tranquilamente no seu carrão está punindo os seus funcionários mal pagos por não conseguirem um transporte para chegar ao trabalho. Mas o jornalismo da Globo, não faz sequer uma crítica a esses atos absurdos cometidos pelos patrões. A mensagem que a Globo passa é a de que os funcionários grevistas é que são os culpados desses problemas.
A todo momento mostram entrevistas de pessoas prejudicadas por causa das paralisações no metrô, na intenção de jogar a população contra a greve.
É o mesmo que fizeram na cobertura da greve dos garis do Rio de Janeiro.
Lembro de uma longa reportagem feita na época da greve, sobre uma negociação entre os garis e a prefeitura. Entrevistaram os representantes da prefeitura, o defensor público que intermediou a negociação, entrevistaram pessoas incomodadas com a greve, mas não entrevistaram um único gari. Em seguida, passaram o resto da matéria conversando com "especialistas", que criticaram a greve, e mostraram de maneira incessante imagens das ruas cheias de lixo.
Em matéria sobre a greve dos garis de quase 7 minutos, a Globo não entrevista nenhum gari (06/03/2014)
Ainda me lembro de como foi a cobertura da greve dos professores e dos técnicos-administrativos das universidades federais ocorrida em 2012. A Globo levou quase 1 mês para mencionar que a greve existia e mencionava apenas os professores como grevistas. Somente após uns 3 meses de greve, a Globo também mencionou que os técnicos-administrativos também estavam em greve. Nesse período passou a servir praticamente como assessoria de imprensa do governo federal, apenas replicando as declarações feitas pelo governo.
Infelizmente é esse o papel da Rede Globo na cobertura das greves: servir como assessoria de imprensa de qualquer governo que esteja sofrendo com uma greve, seja esse do seu agrado, como o governo de Geraldo Alckmin em São Paulo ou um governo que ela odeie, como o governo Dilma Roussef. A parte mais triste é que você não verá uma cobertura muito diferente dessa nos canais concorrentes.
