Por esses dias, pensando nas discussões levantadas após o beijo entre gays na novela das 9 da Rede Globo e lembrando do posicionamento do papa Francisco em relação aos homossexuais, lembrei do caso do Padre Beto, que no ano passado foi excomungado pela diocese de Bauru, em São Paulo, por ter falado a favor do casamento gay, do sexo antes do casamento, dos anticoncepcionais e sobre vários temas que são polêmicos para a igreja católica em vídeos publicados no youtube.
A polêmica entrevista que gerou todo o escândalo na igreja
Numa pequena busca pela internet, encontrei várias notícias sobre ele. Algo bem interessante é que o padre ainda não foi realmente excomungado, porque ainda resta a decisão do Vaticano para que isso ocorra. Creio que no fim ele não vai ser excomungado, devido às novas posições assumidas pelo papa Francisco. Não faria muito sentido um padre ser excomungado por defender a união entre pessoas do mesmo sexo, numa época em que o próprio papa Francisco já trata o assunto de forma mais amigável, diferente do seu antecessor, Bento XVI, que dizia que o casamento homossexual era uma ameaça à humanidade.
Após a expulsão do padre Beto da igreja, uma campanha chamada "SOS Padre Beto" foi iniciada por pessoas que defendem o padre, para dar apoio ao padre e tentar reverter sua excomunhão. Também foi criado o blog "SOS Padre beto", contando as novidades a respeito do padre.
Foi criado um documentário amador em longa metragem chamado "Cidade Sem limites" contando a história do Padre Beto. O mesmo está disponível no youtube e foi produzido por Paul Sampaio. São usadas imagens filmadas pelo próprio autor e uma série de filmagens encontradas pela internet. Não assisti ainda esse documentário por completo, mas deixo o link para quem tiver o interesse de conhecê-lo.
Também descobri algumas entrevistas interessantes do padre, como a que ele concedeu à Marília Gabriela em seu programa "Gabi quase proibida" no SBT em 3 de julho. O debate entre os dois é muito interessante. Vale muito a pena assistir quando você tiver um tempinho.
Torço muito para que o Vaticano não avance na direção da excomunhão desse padre, pois ele é exatamente o tipo de padre que a igreja católica precisa hoje. Um padre que saiba se comunicar com os mais jovens, um padre que entenda dos problemas da nossa realidade no Século XXI e que não use seu título de padre apenas para pregar moralismos. Em pleno século XXI, uma igreja se posicionar contra métodos anticoncepcionais é desejar ficar totalmente parada no tempo. Só espero que o papa Francisco viva ainda por muitos anos e que inspire a nova geração de padres e de fiéis católicos para que usem sua fé na direção da construção de uma sociedade melhor e não apenas para reprimirem os desejos e o modo de vida daqueles que não seguem os padrões de comportamento estabelecidos pelas igrejas.
