sábado, 2 de agosto de 2014

EUA pede que Israel mate menos civis e fornece mais armas ao país



O cinismo do governo americano não tem limites. Ao mesmo tempo em que faz várias declarações em que repudia a grande quantidade de civis mortos, também faz o envio de mais munição para reabastecer as tropas de Israel.

A imprensa de todo o mundo (menos de Israel) já cansou de divulgar que em torno de 70% dos mortos na Faixa de Gaza são civis palestinos. Mas nem isso impede que o governo americano pare de fornecer armas a Israel.

Se um exército está matando uma grande quantidade de pessoas de dois grupos A e B, sendo que 70% dos mortos são do grupo A e apenas 30% são do grupo B, é mais provável imaginar que o alvo é o grupo A e que o grupo B são os civis inocentes, mortos por acidente. Mas sempre que o conflito envolve Israel, por incrível que pareça, a grande maioria dos mortos são os civis inocentes e não os alvos que eles supostamente deveriam matar.

Isso é facilmente explicado pela forma de atuação do exército israelense que joga bombas em quarteirões inteiros e destrói prédios inteiros, muitas vezes para matar uma única pessoa.

Já aconteceu do exército israelense matar 15 membros de uma mesma família, destruindo sua casa, porque um dos membros da mesma fazia parte do Hamas. Neste caso, pouco importa os pais, os irmãos e os filhos do suposto criminoso. Todos são condenados pelos supostos crimes de um único membro da família.

Também já aconteceu de derrubarem um prédio de três andares para matar um único membro do Hamas, que nem estava em casa, matando assim 8 pessoas que estavam no prédio, sendo 6 delas crianças.

Abaixo estão alguns trechos de uma notícia do G1:

EUA defendem fornecimento de munição a Israel em conflito em Gaza (01/08/2014)
Os Estados Unidos fizeram nesta quinta-feira um apelo para que Israel faça mais para proteger os civis na sua ofensiva militar na Faixa de Gaza e condenaram um ataque israelense contra uma escola da ONU, ao mesmo tempo em que defenderam medidas para reabastecer seu aliado próximo com munição.
A Casa Branca reiterou sua posição de que Israel tem o direito de se defender [...]
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, rejeitou sugestões de que o reabastecimento aos israelenses pode prolongar o conflito, dizendo que era "parte de uma entrega de vendas militares estrangeiras de rotina".
"Os itens solicitados foram prontamente disponibilizados e fornecidos, como tem ocorrido em várias outras ocasiões", disse Earnest.
Autoridades em Gaza dizem que mais de 1.410 palestinos, a maioria civis, foram mortos no enclave. Israel afirma que 56 de seus soldados e três civis morreram.
O porta-voz do Pentágono, coronel Steve Warren, lamentou a quantidade de vítimas, dizendo que o número de "mortes de civis em Gaza está muito alto".
Earnest, por sua vez, afirmou que o bombardeio a uma instalação da ONU na Faixa de Gaza nesta semana pelo Exército israelense é "totalmente inaceitável e totalmente indefensável".
Isso me lembra uma cena do filme "O senhor das armas", em que um traficante de armas é questionado se ele não se sente mal de as pessoas usarem suas armas para matar pessoas. Ele responde que prefere que as pessoas errem os tiros e não matem ninguém, mas que também não parem de atirar, para que não parem de comprar suas armas.

O governo americano está agindo da mesma forma que o traficante do filme.

Se existe um exército que a cada 10 pessoas que mata, 7 são inocentes e você ainda fornece mais armamentos para ele, você estará participando diretamente do assassinato desses inocentes. Mas o governo americano finge não perceber isso.

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