Ministro das relações exteriores de Israel Yigal Palmor |
O Brasil foi um dos 29 países que votaram na Organização das Nações Unidas (ONU) a favor de uma resolução que condena Israel pela invasão em Gaza e que decidiu iniciar uma investigação para apurar os crimes cometidos pelo exército israelense na Palestina.
Em nota oficial publicada nesta segunda-feira, o governo brasileiro classificou como inaceitável a escalada da violência na Faixa de Gaza e informou que chamou o embaixador em Israel para "consulta”.
Essa chamada para "consulta" de um embaixador estrangeiro, é uma atitude que um país toma sempre que quer demonstrar que está bastante "descontente" com ações tomadas pelo outro país.
A última vez que o Brasil havia feito isso foi quando no Paraguai o presidente Fernando Lugo sofreu um impeachment relâmpago (em apenas 2 dias).
Esse simples ato do governo brasileiro enfureceu as autoridades israelenses, fazendo com que o Ministro das relações exteriores israelense Yigal Palmor emitisse uma nota criticando duramente o Brasil, chamando o país de "Anão diplomático":
Abaixo estão alguns trecho da nota:
Esta decisão não reflete o nível das relações entre os países e ignora o direito de Israel de se defender. Tais medidas não contribuem para promover a calma e a estabilidade na região.
Israel espera o apoio de seus amigos em sua luta contra o Hamas, que é reconhecido como uma organização terrorista por muitos países no mundo. [...]
Essa é uma demonstração lamentável de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático. [...]
O Brasil é um parceiro diplomático irrelevante, que cria mais problemas, em vez de contribuir com soluções. [...]
Luiz Alberto Figueiredo, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, falou em algumas entrevistas hoje (24) sobre as declarações do ministro israelense:
Somos um dos 11 países do mundo que têm relações diplomáticas com todos os membros da ONU e temos um histórico de cooperação pela paz e ações pela paz internacional. Se há algum anão diplomático, o Brasil não é um deles. Mas não contestamos o direito de Israel de se defender, jamais contestamos isso. O que contestamos é a desproporcionalidade das coisas. [...]
"O Brasil, desde o início, condenou tanto o lançamento de foguetes pelo Hamas, e nós fomos abundantemente claros com relação a isso, como condenamos também a reação de Israel. Nós não contestamos o direito de defesa que Israel tem. É um direito que ele tem. Nós contestamos a desproporcionalidade entre uma coisa e outra. Morreram cerca de 700 pessoas na Faixa de Gaza, a grande maioria delas civis e um número também bastante alto de mulheres e crianças. Isso não é aceitável e é contra isso que nós nos manifestamos". [...]
O embaixador do Brasil em Israel está sendo chamado, isso é um procedimento normal, que diplomaticamente mostra a nossa inconformidade com os fatos. Quando ele chegar, eu terei conversas com ele, buscarei mais informações sobre o que ocorre em campo.
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