Sessão do conselho de Direitos Humanos na ONU |
Nesta quarta-feria (23), a comissão de direitos humanos da ONU aprovou uma resolução condenando Israel por seus ataques extremamente desproporcionais à Faixa de Gaza e criou uma comissão para investigar se crimes de guerra foram cometidos.
Abaixo estão alguns trechos de uma matéria do Opera Mundi:
ONU condena Israel e cria comissão para investigar ofensiva contra Gaza (23/07/2014)
Entre os 47 países-membros do conselho, a resolução foi aprovada por 29 votos favoráveis — todos os países latino-americanos, incluindo o Brasil, apoiaram a proposta — e 17 abstenções (Alemanha, Itália, França e Reino Unido permaneceram neutros). Os Estados Unidos foram os únicos a se opor à proposta, assinalando que o conteúdo do documento é "destrutivo" e que em nada contribui para o fim das hostilidades.
Em termos gerais, o documento pede que Israel detenha imediatamente sua operação na Faixa de Gaza, especialmente os ataques contra os civis. Além disso, reivindica a suspensão do bloqueio contra Gaza, para que seja possível a entrada segura de ajuda humanitária e comércio de bens no território.
Sobre a comissão investigadora, o documento destaca que terá personalidade independente e internacional, e que deve viajar de forma urgente aos territórios palestinos para realizar sua investigação. [...], além de incluir a identificação dos responsáveis dos crimes [...]
[Navi Pillay, comissária da ONU] começou sua declaração lembrando que os ataques israelenses causaram a morte de 600 palestinos — entre eles 147 crianças e 74 mulheres —, 74% dos quais eram civis. [...]
Navy qualificou como "inaceitável" o lançamento de foguetes de áreas densamente povoadas, como presumivelmente faz o grupo islamita Hamas, "no entanto, a lei internacional é clara: as ações de uma parte não absolvem à outra de sua responsabilidade de respeitar suas obrigações sob a lei internacional".
Ela lembrou que desde 12 de junho Israel deteve mais de 1.200 palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e que muitos deles foram postos em detenção administrativa. Ou seja, estão presos sem qualquer acusação.
Poucos resultados práticos
Apesar de ser uma boa notícia o fato de a ONU resolver aprovar uma resolução condenando Israel, é muito provável que ela tenha muito poucos resultados práticos. Isso porque os Estados unidos se posicionou contra a resolução, como sempre.
Israel é um aliado histórico e muito estratégico dos Estados Unidos, para ajudar a manter sua influência no oriente médio. Dificilmente os Estados Unidos permitirá que algum tipo de punição seja aplicada a Israel.
O lobby pró-Israel nos Estados Unidos é o mais rico e poderoso, pois financia pesadamente as campanhas eleitorais de uma grande quantidade de políticos, para que mantenham sempre o apoio a Israel, independente do que aconteça. É essa a razão de o governo americano apoiar sempre Israel, mesmo quando o mundo todo está percebendo que um massacre está sendo cometido. Pela mesma razão (um lobby de exilados cubanos), há mais de 50 anos os Estados Unidos não retiram o embargo imposto sobre Cuba.
Qualquer punição que possa ser feita contra Israel, só é possível se os países ricos e poderosos concordarem com elas. Muito dificilmente a União Européia irá dar apoio a esse tipo de punição.
O Estado de Israel foi criado justamente na Palestina, pois é uma área estratégia para se ter um país que seja aliado ocidental incondicional que possa manter os países vizinhos "na rédea curta".
É bom lembrar que a colonização judaica na região começou com pequenos vilarejos no início da década de 20 e em menos de 30 anos era um grupo tão poderoso que, numa guerra em 1947, conseguiu derrotar todos os países vizinhos que os atacaram.
A ajuda do ocidente para armar os povos de Israel com toda certeza foi enorme. É quase impossível a qualquer país partir do nada e se tornar uma grande potência militar em pouco mais de 20 anos.
É bom torcer para que ao menos os crimes do governo de Israel sejam realmente investigados e divulgados para que todo o mundo conheça a dimensão do sofrimento vivido pelos palestinos.
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