O acadêmico e ex-membro da inteligência militar israelense Mordechai Kedar, disse num programa de rádio de Israel, que o estupro de mulheres palestinas seria a única forma de impedir membros do Hamas de agir.
Segundo ele, um membro do Hamas não iria querer se suicidar matando israelenses se soubesse que depois sua irmã seria estuprada.
Kedar serviu 25 anos na inteligência militar de Israel, se especializando nos grupos islâmicos.
Abaixo alguns trechos de uma matéria do site do O Globo:
O acadêmico israelense Mordechai Kedar [...] causou polêmica ao afirmar, em um programa de rádio, que o estupro de palestinas seria a única forma de impedir que terroristas do Hamas continuem a agir. [...] declarou Kedar em entrevista ao programa “Hakol Diburin”, no início do mês.
[...] “Você tem que entender a realidade em que vivemos. A única coisa que pode frear o Hamas é uma ameaça entre a conexão das cabeças do grupo e seus soldados. É a cultura em que vivemos”.
O apresentador volta a questionar as declarações, afirmando que não poderiam tomar aquelas medidas, enquanto Kadar afirma que os estupros são a medida capaz de fazer com que os homens do Hamas não pratiquem atos terroristas.
“Não estou falando sobre o que deve ou não deve ser feito. Eu estou falando sobre os fatos. A única coisa que impede um homem-bomba é saber que se ele puxa o gatilho ou se explode, sua irmã será estuprada. É isso. Essa é a única coisa que vai trazê-lo de volta para casa, a fim de preservar a honra de sua irmã”.
Na última semana, ativistas feministas de Israel enviaram uma carta à Universidade Bar-Ilan cobrando uma retratação sobre o caso. O texto destaca que “as palavras de Kedar ecoam expressões que tratam o estupro como uma prática de reparação, embora seja um crime de guerra”.
Em nota, a instituição afirmou que Kedar não queria promover o estupro e defendeu meios legais e morais de “combate ao terror”. “Kedar quis ilustrar que não há meios de deter terroristas suicidas, e usando hipérbole, ele deu como exemplo a violação de mulheres. A fim de eliminar qualquer dúvida: as palavras do Dr. Kedar não contêm, Deus me livre, uma recomendação para cometer tais atos desprezíveis. [...]”.
São absurdamente desprezíveis as declarações de Kedar. Ele sugere num programa de rádio, como quem não quer nada, que o segredo para parar os ataques é cometer o estupro, que é um crime de guerra.
Para se defender ainda diz que não está afirmando que deve ser feito, mas que está apenas dando uma informação.
Olhe gente! vou contar um segredinho pra vocês. Não tô dizendo que é pra fazer isso tá? Mas se quiserem saber como parar os membros do Hamas, é só começar a estuprar as irmãs, mães, filhas e mulheres deles. [ironia]
Será que esse tipo de mensagem poderia influenciar algum soldado israelense?
Considerando que eles estão matando homens, mulheres e crianças aos montes, sem qualquer preocupação, não acho que seja muito difícil para alguns deles levar a sério a recomendação de Kedar. Afinal, se já estão cometendo tantos crimes de guerra, mais um ou menos um, que diferença faz não é?
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