cartazes contra os homossexuais e agradecendo o presidente de Uganda pela lei que pune os gays com prisão |
O texto abaixo foi criado com base numa reportagem da BBC Brasil.
Em janeiro deste ano, a Nigéria aprovou uma lei que pune com 14 anos de prisão quem se relacionar com outra pessoa do mesmo sexo. Em março, foi a vez da Uganda aprovar uma lei ainda mais severa, que pune com penas que podem chegar até a prisão perpétua para quem cometer "atos gays". A proposta inicial era a punição com a pena de morte, que felizmente não foi aprovada.
De acordo com a Anistia Internacional, dos 54 países africanos existentes, 38 deles consideram relações homossexuais como crime.
Diante desse cenário tão opressor aos gays, uma grande quantidade deles estão pedindo refúgio na África do Sul. Isso porque esse país possui uma constituição muito mais progressista que a dos seus vizinhos, chegando ao ponto de garantir a legalidade do casamento homossexual e punir a discriminação contra eles.
Segundo a Agência da ONU para refugiados (Acnur), a África do Sul tornou-se o principal refúgio para "asilados sexuais" no continente. Só em 2013, recebeu 290 mil refugiados e boa parte deles são homossexuais.
Diferente do que se poderia pensar, ao chegar na África do Sul, os gays não são tão bem recebidos pela população. Eles reclamam de sofrerem o preconceito por serem estrangeiros e por serem gays.
Segundo a organização Passop (Pessoas contra o Sofrimento, a Opressão e a Pobreza), 90% dos asilados sexuais não conseguem encontrar emprego fixo por causa da discriminação e também pela demora em conseguir o status de asilado. Alguns passam mais de 4 anos para conseguí-lo.
Sem dúvida, viver num país onde gays são discriminados, xingados na rua e têm dificuldades de conseguir emprego é algo bem desagradável. Mas para quem vivia num país onde a homossexualidade é considerada crime e punida com a prisão, a discriminação passa a ser um mal bem menor.
Compreendo que mais importante do que o reconhecimento do Estado, as relações homossexuais precisam do reconhecimento da população. É preciso que os gays possam viver em locais onde não sejam vistos como criminosos ou aberrações, e sim como pessoas normais.
Por outro lado, eles terem o reconhecimento do Estado é o primeiro passo em direção ao longo caminho da aceitação da sociedade. Se já é difícil para eles serem aceitos com o Estado reconhecendo os seus direitos, imagine o quão difícil é com o próprio Estado os perseguindo.
Fico muito triste em saber que exista tamanha perseguição contra os gays nesses países, mas também fico contente por haver países como a África do Sul para servirem de refúgio para eles.
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