quarta-feira, 30 de julho de 2014

O filósofo Mikhail Bakunin, estava na lista de suspeitos da polícia do Rio


Parece piada, mas não é.

No inquérito da polícia civil do Rio de Janeiro que indiciou 23 pessoas que participaram de manifestações, o filósofo Mikhail Bakunin, morto em 1876, foi citado como um dos possíveis suspeitos, após policiais terem ouvido manifestantes anarquistas citarem com frequência o nome dele.

Abaixo trechos de uma matéria da Folha:
Acusada de articular atos violentos, professora diz que inquérito é ficção (28/07/2014)
Por 13 dias, a professora universitária Camila Jourdan, 34, permaneceu em uma cela no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste carioca. Ela é uma das protagonistas do inquérito com mais de 2.000 páginas, produzido pela Polícia Civil do Rio, que, sob a classificação de "quadrilha armada", responsabiliza 23 pessoas pela organização de ações violentas em protestos.
"Do pouco que li, posso dizer que esse processo é uma obra de literatura fantástica de má qualidade", definiu Camila, em entrevista à Folha, no sábado (26), dois dias após conquistar sua liberdade provisória.
Ela cita o teórico do anarquismo Mikhail Bakunin, ao falar sobre a fragilidade do inquérito. Em mensagens interceptadas pela polícia, Bakunin era citado por um manifestante e, a partir daí, o filósofo russo, morto em 1876, passou a figurar nos autos como potencial suspeito.
Por volta das 6h de 12 de julho, véspera da final da Copa, três policiais civis invadiram o apartamento da professora, que estava acompanhada pelo namorado, Igor D'Icarahy, 24, com mandados de prisão contra ambos.
De acordo com o inquérito, os agentes encontraram uma garrafa com gasolina, uma bomba de fabricação caseira e outra conhecida como "cabeção de nego". Em diálogos grampeados, Camila faz referências a "livros" e "canetas", que, segundo os investigadores, seriam respectivamente coquetéis molotov e rojões. [...]
A Rede Globo, em conjunto com a Veja, fizeram uma grande manipulação na cobertura dos fatos que envolvem esse inquérito contra os 23 manifestantes. Disseram em reportagens que eles seriam acusados de uma série de crimes e posteriormente foram desmentidos pelo desembargador que concedeu Habeas Corpus aos manifestantes. Segundo ele, só havia uma única acusação contra eles e que era a de "Formação de quadrilha armada". Um único revólver foi encontrado na casa de um dos acusados e que pertencia ao pai do rapaz.

No momento todos os acusados estão respondendo o processo em liberdade.

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