sábado, 2 de agosto de 2014

No avião MH-17, que foi derrubado, não havia 100 pesquisadores sobre AIDS



Após a queda do avião MH-17 da Malaysia Airlines na região de Donestsk na Ucrânia, espalhou-se uma notícia pela internet que informava que havia 100 pesquisadores sobre AIDS no avião. Essa seria uma perda terrível para a medicina.

A notícia saiu em praticamente toda a grande imprensa.


Abaixo estão alguns trechos de uma postagem do site e-farsas:

O acidente da Malaysian matou 100 pesquisadores da cura da AIDS? (23/07/2014)
Essa é uma das muitas histórias envolvendo esse terrível desastre do voo MH17 e, enquanto tudo não for investigado com cuidado, muitas outras surgirão!
De fato, logo após a queda do avião, as agências de notícias começaram a publicar as informações a medida em que elas vinham chegando e, a cada atualização, os números foram mudando e se adequando ao que realmente aconteceu.
Entre as vítimas da queda do Boing 777 estavam pesquisadores, e especialistas em AIDS (e/ou executivos e ativistas de ONGs que trabalham pela erradicação da AIDS) que estavam indo a uma conferência em Melbourne (Austrália)  sobre a AIDS, mas os organizadores do evento explicaram, em um comunicado à imprensa, que havia “apenas” seis convidados entre os mortos:
Pim de Kuijer, da ONG STOP AIDS NOW!
Joep Lange, co-diretor de Colaboração de Pesquisas em HIV Holanda-Austrália (HIV-NAT)
Lucie van Mens, Diretora de Suporte no The Female Health Company
Martine de Schutter, Gerente do Programa Aids Fonds / STOP AIDS NOW!
Glenn Thomas, da Organização Mundial da Saúde
Jacqueline van Tongeren, do Instituto de Amesterdam para a Saúde e Desenvolvimento Global
Achei interessante postar essa informação aqui no blog, pois a notícia dos 100 pesquisadores foi amplamente difundida em praticamente todos os sites de notícias.

Errar é humano e eu mesmo já postei informações que depois se revelaram como falsas. É terrível quando isso acontece. Mas se acontece até com a grande imprensa, que tem uma grande equipe jornalística, imagine comigo?

Desta vez o erro foi coletivo. Mas é uma lição interessante para a imprensa como um todo. É importante checar a fundo os fatos antes de noticiar com certeza uma informação.

Enquanto os fatos não forem esclarecidos e há uma notícia como essa no ar, deve-se usar frases como "Segundo informações de tal fonte, poderia haver cerca de cem pesquisadores sobre AIDS no avião. A informação ainda não foi confirmada". Se posteriormente a informação se revelar falsa, não haverá dano algum à imagem do veículo de imprensa.

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