quinta-feira, 14 de agosto de 2014

DCE UFAL ergue faixa pedindo que reitor cancele convênios com Universidades de Israel



Ontem quando cheguei para trabalhar na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), me deparei com uma faixa, colocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que dizia algo parecido com "Reitor, cancele os convênios da UFAL com as Universidades de Israel".

O pedido está relacionado com o enorme massacre de civis que está sendo cometido pelo governo de Israel em sua luta contra o partido palestino Hamas.

Como já disse tantas vezes aqui, para cada 4 palestinos mortos, 3 são civis, pois o governo israelense pouco se importa se há 10 inocentes num prédio, caso lá também esteja abrigado um membro do Hamas. Bombardeia o prédio inteiro.

Apesar de todos os crimes cometidos pelo governo israelense, considero desnecessário esse posicionamento do DCE da UFAL.

Pelo que consta no site da UFAL, há dois convênios com universidades israelenses.
Universidade Ben-Gurion do Negev
Cooperação técnico-científica, intercâmbio de professores e alunos, em nível de pós-graduação
Data de assinatura: 13/07/1983
Vigência: Indeterminada 
Universidade de Tel-Aviv
Intercâmbio e Cooperação técnico-científico-pedagógico
Data de assinatura: 05/02/2006
Vigência: 5 anos, renovando-se automaticamente por iguais períodos
Cancelar os convênios com universidades israelenses não seria uma punição apenas contra o governo de Israel, mas também contra os estudantes e professores universitários de Israel e da UFAL.

Seria justo condenar a comunidade acadêmica dessas universidades pelos erros de seu governo? Será que todos eles apoiam e financiam a matança na Faixa de Gaza?

Imagine que o governo brasileiro por alguma razão entrou em guerra com um país vizinho. De repente começa a matar uma multidão de civis de forma totalmente desnecessária, como Israel faz hoje. Seria justo que uma universidade na França cancelasse os convênios com universidades brasileiras por causa disso?

Do mesmo modo que, no exemplo acima, estudantes e professores universitários brasileiros não teriam culpa pelos atos do governo, os estudantes e professores de Israel também não têm culpa do que seu governo faz hoje.

É importante que divulguemos os crimes cometidos por Israel a todos que pudermos, para que os brasileiros não sejam manipulados a acreditar que todos na palestina são terroristas e que devem morrer. É preciso conscientizar a sociedade sobre o que é o conflito na Palestina, sua origem e as razões de durar mais de 60 anos.

É preciso que o máximo de pessoas pelo mundo repudie os atos terroristas do governo israelense (sim, explodir um prédio com inocentes dentro, jogando bombas de um avião também é terrorismo), mas não podemos confundir o governo com o seu povo. 

No Brasil, temos inúmeros exemplos de representantes eleitos que não necessariamente trabalham em prol de sua população. Lá não é muito diferente daqui.

Caso a reitoria da UFAL resolvesse atender a reivindicação do DCE UFAL, de cancelar convênios com universidades israelenses, pelo fato de o seu governo cometer massacres, precisaria também cancelar boa parte dos convênios da UFAL com outros países, principalmente com os Estados Unidos. Mas aí já é outra história...

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