No dia 26 de junho, quinta-feira, um grupo de manifestantes se reuniu na Avenida Paulista para protestar contra a prisão de dois manifestantes num ato contra a Copa do Mundo. Eles são o funcionário da USP Fabio HIdeki Harano, de 26 anos, e o ex-PM e administrador de empresas Rafael Marques Lusvargh, de 29 anos.
A PM impediu a manifestação de ocorrer pelo simples fato de que não havia pessoas se identificando com líderes do protesto.
O coronel Marcelo Pignatari disse: "Não vai ter manifestação se não tiver liderança. Ninguém está representando ninguém. [...] Não estou tentando barrar a manifestação, mas, para ela acontecer, tem que ser mediante regras de conduta social".
Essa reivindicação é absurda. Não há nada na legislação que diga que só é possível um grupo se manifestar se houver alguém os liderando. Como se a indignação coletiva necessariamente precisasse de um líder. Mesmo que os líderes existam, não há essa necessidade de identificação prévia.
O trabalho da PM numa manifestação tem de ser o de garantir a segurança dos que ali estão e não impedir as pessoas de se manifestarem, principalmente se estiverem agindo de forma pacífica. Se houver pessoas cometendo crimes, que esses sejam identificados e presos. O que não pode é punir a todos pelo erro de alguns e menos ainda punir a todos sem que qualquer ilegalidade tenha sido cometida.
O vídeo abaixo mostra uma das discussões entre o coronel e alguns dos manifestantes, que contestaram o fato de os policiais estarem atuando sem identificação, o que seria ilegal.