terça-feira, 22 de julho de 2014

Governo uruguaio nega pedido de asilo político a advogada ativista

Eloísa Samy no consulado do Uruguai
Ontem teve bastante repercussão o caso da advogada ativista Eloísa Samy, que se refugiou no consulado do Uruguai, junto do filho e da namorada dele, para pedirem asilo político a esse país, por considerarem que hoje são perseguidos políticos.

Eloísa, junto de mais 22 ativistas que participaram ativamente das manifestações no Rio de Janeiro, estão sendo acusados pelo Ministério Público do crime de "Formação de quadrilha armada".

Durante à tarde, após Eloísa ter entrado no consulado, a polícia militar junto com agentes da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) cercavam o prédio na espera de que Eloísa saísse do prédio, para ser presa. A polícia brasileira é proibida de entrar em consulados de outros países, pois esses locais são considerados territórios estrangeiros, mesmo estando no Brasil.

Ontem à noite (21/07), a assessoria da deputada estadual Janira Rocha (PSOL) informou à imprensa que acompanhou o caso durante todo o dia e que o governo uruguaio negou o pedido de asilo aos três.

Às 19h15 a polícia não se encontrava mais na frente do prédio e os três saíram no carro oficial da deputada.

“Ela (a deputada) deu uma carona até o bairro de São Conrado e não sabe o que eles fizeram depois [..] Eles desceram de elevador e saíram pela garagem, que fica na frente do prédio. Ninguém fez nada escondido”, disse o assessor de imprensa de Janira Rocha, Ricardo Villa Verde ao Estadão. 
Eloísa ontem gravou um vídeo, editado por seus colegas, em que se defende das acusações:

"Jamais cometi qualquer ato que infringisse a lei, mas estou sendo vítima das forças coercivas do Estado exatamente por defender pessoas que se ergueram e foram às ruas para protestar contra as ilegalidades cometidas por ele próprio. Quem atua na ilegalidade é o Estado”.



É importante lembrar que a acusação de "Formação de quadrilha armada" é muito frágil, pois só foi encontrada uma única arma de fogo na casa dos acusados e pertencia ao pai de um deles, que estava com porte de arma vencida e por isso também foi preso.

A principal acusação contra Eloísa é a de que ela havia emprestado sua casa para reuniões da Frente Independente Popular (FIP), grupo que organizou diversos protestos no Rio de Janeiro. Ao Estadão, Eloísa disse “Nunca teve reunião na minha casa. A FIP e eu temos diferenças políticas, de questionamento ideológico, que já causaram desentendimentos.”.

Os 23 ativistas processados também são acusados de "depredar o patrimônio privado e público; resistir com a utilização de violência contra a pessoa, com o arremesso de pedras e de artefatos incendiários tendo como alvo, principalmente, policiais militares e outros agentes de segurança pública; lesões corporais; posse de artefatos explosivos, notadamente bombas de fabricação artesanal; e corrupção de menores, incentivando a participação de adolescentes.".

Abaixo uma entrevista com Rodrigo Mondego, advogado da CDA RJ (Coletivo de Advogados do Rio de Janeiro), em frente ao consulado, sobre a situação de Eloísa Samy:

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