domingo, 6 de abril de 2014

Uma mãe ganhou o direito de tratar sua filha com remédio a base de maconha

Anny sofre de um tipo grave de epilepsia
Anny Bortoli Fischer, de apenas 5 anos sofre de "encefalopatia epiléptica infantil precoce tipo 2", uma doença que causa crises convulsivas e atraso intenso no desenvolvimento da criança, podendo causar retardo mental e dificuldade de controle motor. 

Os remédios convencionais (Anticonvulsionantes) não surtiam efeito no tratamento de Anny. Até mesmo foi feita uma cirurgia para implantar um marca passo em seu cérebro, que também não surtiu o efeito esperado.

O Globo - Decisão na Justiça obriga Anvisa a liberar tratamento com derivado da maconha (03/04/2014)

Segundo o que conta a mãe da menina, Katiele Bortoli, ela e o pai passaram a pesquisar algum tipo de tratamento para a filha. Descobriram que existia uma substância chamada Canabidiol (CBD) extraída da planta Cannabis Sativa, conhecida popularmente como maconha, que ajudaria no tratamento das crises epiléticas de sua filha. A indicação da substância foi feita por um médico.
"Nós tínhamos a consciência de que era um produto derivado da Cannabis Sativa, e por esse motivo, ilegal no país. Mas o desespero de você ver a sua filha convulsionando todos os dias, a todos os momentos, é tão grande, que nós resolvemos encarar e trazer da forma que fosse necessária, mesmo que fosse traficando."
(Katiele Bortoli, mãe de Anny)
Katiele conta que apenas aos três anos de idade, a filha começou a andar. Mas depois disso a filha começou a ter convulsões muito fortes, que após 4 meses fizeram a filha "perder tudo o que ela havia conseguido em 3 anos". Anny não andava mais e tinha crises epiléticas em grande quantidade, passando a ter dezenas de crises por semana.

Anny começou a tomar o CBD em 11 de novembro.

Enquanto na primeira semana de novembro ela havia tido 60 crises epiléticas, na última semana, teve apenas 19. Em dezembro continuaram baixas as crises e em janeiro as crises praticamente desapareceram. No gráfico feito pelos pais, nas últimas 3 semanas de janeiro, a menina teve apenas 5 crises ao todo.

A mãe da menina vinha comprando o medicamento através da internet, até que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reteve o produto e cobrou explicações da família, que entrou na justiça para exigir a liberação do medicamento para o tratamento da Anny.

Na última quinta-feira, dia 03/04, saiu uma liminar da justiça federal de Brasília, obrigando a Anvisa a liberar para a Anny o tratamento com o Canabidiol.

Segundo o juiz federal Bruno César Bandeira, que liberou a entrega do medicamento, a substância retida pela Anvisa não é proibida, pois ela não tem efeitos psicotrópicos. Porém deixa claro que a decisão não deve ser confundida com a liberação da maconha ou de outros derivados da erva.

O que o juiz quer dizer é que foi liberado o Canabidiol, que é uma dentre 60 substâncias que podem ser extraídas da planta da maconha, mas não a maconha como um todo ou outras substâncias derivadas dela. Isso porque o Canabidiol não tem efeito alucinógeno, causando apenas sonolência.

Como a decisão tomada pelo juiz é de primeira instância, a Anvisa pode recorrer, mas por enquanto terá que liberar o medicamento retido, segundo o advogado da família.

Abaixo um vídeo muito bem produzido que conta a história de Anny;





___________________________
Sobre  tema maconha, há mais alguns textos do blog que podem ser do seu interesse:




_________________________________________________________________
Caso tenha gostado desta postagem, compartilhe com os seus amigos nas redes sociais.

Aproveite e curta a página do blog no facebook, para receber as novidades postadas aqui.
https://www.facebook.com/pages/Blog-Jornalismo-Alternativo/532342716874668

Também é possível fazer a assinatura do blog para receber as novidades postadas através do seu e-mail. É só dar uma olhada no lado direito do site.

0 comentários:

Postar um comentário