Anny sofre de um tipo grave de epilepsia |
Os remédios convencionais (Anticonvulsionantes) não surtiam efeito no tratamento de Anny. Até mesmo foi feita uma cirurgia para implantar um marca passo em seu cérebro, que também não surtiu o efeito esperado.
O Globo - Decisão na Justiça obriga Anvisa a liberar tratamento com derivado da maconha (03/04/2014)
O Globo - Decisão na Justiça obriga Anvisa a liberar tratamento com derivado da maconha (03/04/2014)
Segundo o que conta a mãe da menina, Katiele Bortoli, ela e o pai passaram a pesquisar algum tipo de tratamento para a filha. Descobriram que existia uma substância chamada Canabidiol (CBD) extraída da planta Cannabis Sativa, conhecida popularmente como maconha, que ajudaria no tratamento das crises epiléticas de sua filha. A indicação da substância foi feita por um médico.
"Nós tínhamos a consciência de que era um produto derivado da Cannabis Sativa, e por esse motivo, ilegal no país. Mas o desespero de você ver a sua filha convulsionando todos os dias, a todos os momentos, é tão grande, que nós resolvemos encarar e trazer da forma que fosse necessária, mesmo que fosse traficando."(Katiele Bortoli, mãe de Anny)
Katiele conta que apenas aos três anos de idade, a filha começou a andar. Mas depois disso a filha começou a ter convulsões muito fortes, que após 4 meses fizeram a filha "perder tudo o que ela havia conseguido em 3 anos". Anny não andava mais e tinha crises epiléticas em grande quantidade, passando a ter dezenas de crises por semana.
Anny começou a tomar o CBD em 11 de novembro.
Enquanto na primeira semana de novembro ela havia tido 60 crises epiléticas, na última semana, teve apenas 19. Em dezembro continuaram baixas as crises e em janeiro as crises praticamente desapareceram. No gráfico feito pelos pais, nas últimas 3 semanas de janeiro, a menina teve apenas 5 crises ao todo.
A mãe da menina vinha comprando o medicamento através da internet, até que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reteve o produto e cobrou explicações da família, que entrou na justiça para exigir a liberação do medicamento para o tratamento da Anny.
Na última quinta-feira, dia 03/04, saiu uma liminar da justiça federal de Brasília, obrigando a Anvisa a liberar para a Anny o tratamento com o Canabidiol.
Segundo o juiz federal Bruno César Bandeira, que liberou a entrega do medicamento, a substância retida pela Anvisa não é proibida, pois ela não tem efeitos psicotrópicos. Porém deixa claro que a decisão não deve ser confundida com a liberação da maconha ou de outros derivados da erva.
O que o juiz quer dizer é que foi liberado o Canabidiol, que é uma dentre 60 substâncias que podem ser extraídas da planta da maconha, mas não a maconha como um todo ou outras substâncias derivadas dela. Isso porque o Canabidiol não tem efeito alucinógeno, causando apenas sonolência.
Como a decisão tomada pelo juiz é de primeira instância, a Anvisa pode recorrer, mas por enquanto terá que liberar o medicamento retido, segundo o advogado da família.
Abaixo um vídeo muito bem produzido que conta a história de Anny;
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