quarta-feira, 16 de abril de 2014

Telexfria: A pirâmide está desmoronando


A Telexfree, uma das maiores pirâmides financeiras já criadas dá sinais de que seu fim está próximo.

A empresa Telexfree chegou a arrecadar pelo mundo em torno de 1,2 bilhões de dólares no curtíssimo período de apenas 13 meses, de janeiro de 2012 a fevereiro de 2013: um valor completamente absurdo.

Uma grande quantidade de pessoas fazia parte do negócio e divulgavam de maneira alucinada para todos os seus conhecidos, sempre com promessas enormes de ganho. Até mesmo conheço várias pessoas que recuperaram o investimento e ainda obtiveram lucros bem altos.

Só que o Telexfree, como toda pirâmide financeira tem o seu momento de grande lucro, quando a pirâmide cresce e o momento de prejuízo quando a pirâmide para de crescer, pois a entrada de dinheiro depende muito mais da entrada de novos integrantes ao esquema do que a venda de produtos.

Muitos brasileiros estavam super felizes com os altos ganhos da etapa de crescimento da pirâmide e reinvestiam boa parte do dinheiro que ganhavam. Por sorte eles não chegaram a presenciar o momento de queda da Telexfree, pois a justiça do Acre interveio primeiro, pois tantos que venderam a casa, o carro ou fizeram empréstimos em bancos ou até com agiotas iriam amargar uma triste falência.

Uma reportagem da TV Globo de 4 anos atrás mostrou uma reportagem sobre um esquema de pirâmide que prejudicou 13 mil pessoas na pequena cidade de Maragogipe na Bahia.

A dona de casa Rosenil Jesus Santos investiu 200 reais no negócio e ganhou 800 reais. Reinvestiu os 800 recebidos e ganhou 5000 reais. Depois de reinvestir os 5000 reais, perdeu tudo. Outra senhora, vendeu a casa para investir no negócio e perdeu todo o dinheiro, assim como vários outros mostrados na reportagem.



O Telexfree era um negócio semelhante a esse mostrado na reportagem, só que muito mais sofisticado. Era operado por uma empresa devidamente registrada com CNPJ, com toda a situação jurídica regularizada e com todos os impostos devidamente pagos. Tudo isso era feito para dar uma aparência de legalidade em suas operações.

Felizmente a justiça agiu antes que centenas de milhares de brasileiros tivessem o mesmo destino que os habitantes de Maragogipe. A Telexfree ficou proibida de adicionar novos integrantes à sua rede.

Nesta segunda-feira, 14 de abril, a sede da Telexfree anunciou nos EUA que entrou com um pedido de concordata no Tribunal de Falências de Nevada nos EUA. Abaixo uma notícia publicada no G1:
A companhia informou que protocolou pedido voluntário de proteção ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos - o equivalente a uma recuperação judicial -  com o objetivo de reestruturar seus negócios, visando construir "uma base financeira sólida, com perspectivas de longo prazo".

O Capítulo 11 da lei de falências americana (Bankrutpcty Code) permite a uma empresa com dificuldades financeiras continuar funcionando normalmente, dando-lhe um tempo para chegar a um acordo com seus credores. Esse procedimento significa uma vontade de reestruturação da companhia, sob o controle de um tribunal.

A Telexfree é investigada no Brasil por suspeita de ser uma pirâmide financeira. As atividades da empresa no país estão suspensas desde junho de 2013, por determinação da Justiça do Acre. Em fevereiro, a Telexfree teve negado pela segunda vez seu pedido de recuperação judicial no Brasil. para a Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), a empresa não poderia fazer o pedido por ter menos de dois anos de atividade.

Ontem, 15/04/2014, a Secretaria de Estado de Massachusetts apresentou um relatório que afirma que a Telexfree é uma pirâmide financeira disfarçada de empresa de telecomunicações. O documento pede a abertura de uma ação judicial para que sejam interrompidas as atividades da empresa.

Abaixo estão alguns trechos de outra matéria do G1:
Um relatório da Secretaria de Estado de Massachusetts, EUA, divulgado nesta terça-feira (15) afirma que a Telexfree é uma pirâmide financeira que arrecadou cerca de US$ 1,2 bilhão em todo o mundo. No documento, as autoridades pedem o fim das atividades da empresa, a devolução dos lucros e o ressarcimento das perdas causadas aos investidores, chamados de "divulgadores".
"Embora apresentado como uma mudança de paradigma em telecomunicações e publicidade, a Telexfree é meramente uma pirâmide velada e um esquema Ponzi (como também são conhecidas as pirâmides financeiras, em homenagem a Charles Ponzi, o homem que no início do século passado protagonizou uma das maiores fraudes financeiras da história) que tem como alvo a trabalhadora comunidade brasileiro-americana", diz a denúncia assinada pelo secretário William Galvin.
Segundo o relatório da investigação, dos cerca de US$ 1,2 bilhão que o grupo faturou de janeiro de 2012 a fevereiro de 2013, apenas US$ 238 milhões vieram da venda de pacotes de telefonia VoIP (por meio da internet).
Tomara que o Telexfree, assim como o BBOM e tantos outros esquemas de pirâmide financeira sejam em breve desativados e os responsáveis punidos, para que outros pensem duas vezes antes de iniciar uma empresa com negócios fraudulentos como esses.

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