quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Um negro morto com 12 tiros por supostamente roubar refrigerantes e rosquinhas


No dia 9 de julho, na cidade de Ferguson, no estado norte-americano do Missouri, um jovem negro de apenas 18 anos, Michael Brown, foi morto em uma abordagem policial com seis tiros, sendo dois na cabeça. Posteriormente, foi acusado pela polícia de ter roubado cigarros numa loja.

Um amigo de Michael disse que o policial atirou nele, mesmo após o jovem ter levantado as mãos para o alto. Já o policial afirmou que Brown o teria agredido e tentado tomar a sua arma.

Após a morte do jovem, a cidade passou a ter grandes protestos diariamente, que começaram pacíficos e depois tornaram-se violentos sob a ação da polícia ou dos manifestantes.

Após 10 dias desse primeiro assassinato, no dia 19 de julho, a apenas quatro quilômetros de distância de onde Michael Brown foi morto, outro rapaz negro de 25 anos foi morto a tiros pela polícia.

Os policiais estavam ali, porque houve uma denúncia de que o jovem teria roubado refrigerantes e donuts (rosquinhas) no supermercado ao lado. Segundo os policiais, Kajieme Powell estava armado com uma faca e teria avançado na direção da polícia. Por isso foi necessário realizar os disparos.

Apenas com essas informações sobre o caso, já é possível perceber o quão absurda foi a operação policial.

Um homem foi morto a tiros apenas por supostamente ter roubado refrigerantes e rosquinhas.

Mesmo que fosse verdade que ele estivesse com uma faca e tivesse ameaçado os dois policiais, que estavam armados com revólveres, um tiro em suas pernas resolveria facilmente o problema.

Poucos dias depois do ocorrido, foi divulgado um vídeo que mostra o jovem Kajieme sendo morto pela polícia.

O vídeo mostra claramente que ele não estava com uma faca nas mãos. Os policiais mandaram o rapaz parar e ele não os obedeceu. Se aproximou dos policiais e disse "Atira! atira em mim agora!". Após isso, 12 tiros foram disparados contra ele. Dois desses tiros foram disparados após ele já estar caído no chão.

No vídeo abaixo, avance para 1h20s, para ver a cena do assassinato.



A vida de Kajieme Powell tinha, para esses policiais, menos importância do que um prejuízo de uns 5 dólares.

Esse caso mostra a dimensão do racismo no Estados Unidos, em que uma pessoa já é considerada culpada e é executada pela polícia apenas por ser negra.

O quanto é preciso odiar os negros para que, após 10 tiros terem sido disparados, se dispare mais duas vezes contra eles no chão?

É como se algumas pessoas os odiassem tanto, que esperam apenas um motivo, por mais bobo que seja, para matá-los. Basta alguém gritar "pega ladrão" em direção a um negro, para justificar um assassinato. Tanto faz se o roubo realmente ocorreu ou não.

Quando vejo vídeos como esse, me lembro de tantas pessoas que insistem em dizer que o racismo não existe mais. Falam que os negros querem apenas se fazerem de vítimas para conseguirem benefícios do governo. Falam que os negros já são iguais aos brancos na lei e que por isso não precisam mais de "movimentos negros", nem nada parecido, para defendê-los.

Numa reportagem do Jornal Nacional sobre os protestos na cidade, o repórter diz "Foi uma noite de pesadelo, num país ainda assombrado pelo fantasma do racismo...". 


Casos como esse mostram que o racismo não é nenhum fantasma, pois nunca morreu. Está muito vivo e está matando com muita frequência.

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