A OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta sexta-feira, 11 de julho, recomendou pela primeira vez que homens gays deveriam tomar medicamentos retrovirais diariamente para evitarem a contaminação pelo vírus da AIDS.
Abaixo estão alguns trechos de
uma matéria da BBC Brasil:
OMS recomenda antirretrovirais para gays como prevenção ao HIV
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou, pela primeira vez, que homens gays ativos tomem medicamentos antirretrovirais além de usar preservativos para evitar contaminação pelo HIV.
A entidade diz que esse grupo tem 19 vezes mais chance de contrair o HIV do que a população em geral.
"Taxas de infecção por HIV entre homens que têm relações sexuais com homens continuam altas quase em todos os lugares, e novas opções de prevenção são necessárias com urgência", afirmou a OMS. [...]
A OMS define que a "profilaxia pré-exposição é uma forma de as pessoas que não têm HIV, mas que correm o risco de infecção, prevenirem-se tomando uma única pílula (geralmente uma combinação de dois antirretrovirais) todos os dias".
Mas Gottfried Himschall, diretor do departamento de HIV da OMS, ressaltou à agência France Presse que "em um relacionamento estável em que ambos são soronegativos e não há risco, não há motivo algum para ingerir o medicamento".
A Organização recomenda que todos os gays tomem remédios contra a AIDS pelo resto de suas vidas, pelo fato de que a AIDS está sendo contraída muito mais por gays do que por héteros. Essa recomendação é absurda.
O que faz uma pessoa contrair o HIV?
Há muitas formas de se contrair o HIV, mas é melhor manter o foco na questão do sexo especificamente.
O que nos é ensinado desde criancinha é que qualquer pessoa, gay ou hétero, poderá contrair o vírus HIV caso faça sexo oral, anal ou vaginal com outra infectada com o HIV. Também já li que o sexo anal desprotegido é a forma com mais riscos de se contrair o vírus, porque numa relação sexual é mais fácil machucar o ânus do que a vagina.
Heterossexuais normalmente fazem tanto o sexo vaginal, quanto o oral e o anal. Já homens gays só podem fazer entre eles, obviamente, o sexo anal e o oral, tendo maiores chances de se contrair o HIV, caso não se previnam com o uso de camisinhas.
Outro fator que faz com que o vírus se espalhe é que muitos se preocupam apenas com os riscos de uma gravidez e não com os riscos de contrair doenças. Isso faz com que muitos homens e mulheres se arrisquem a fazer sexo sem camisinha porque a mulher toma remédios anti-gravidez. No caso de alguns homossexuais, ocorre o mesmo: como há 0% de chances de engravidar, sentem-se à vontade para fazer sexo sem proteção.
O que transmite a AIDS é o sexo desprotegido. Isso vale tanto para os gays quanto para os héteros.
Como o próprio comunicado da OMS diz, dois gays que não possuem o HIV jamais transmitirão o vírus um para o outro. Não é a homossexualidade que provoca a AIDS. A homossexualidade em si, nada tem a ver com a AIDS.
Sendo assim, acho absurda essa recomendação de que gays devem usar esses remédios por toda a vida para combater a AIDS. O que precisa ser recomendado a eles é que se previnam sempre. Que não façam sexo jamais sem camisinha, a não ser que tenham certeza de que o parceiro é "soronegativo". E isso vale para todos: héteros, gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros, etc.
Seguindo o raciocínio da OMS, se as pessoas que moram no campo contraírem 3X mais o HIV que as pessoas na cidade, em vez de recomendar que se intensifique as campanhas de conscientização para o uso dos preservativos, recomendarão que essas pessoas tomem esses remédios pelo resto da vida. Isso não seria o mais sensato para combater a AIDS no campo e com certeza não é a forma mais sensata de combater a transmissão do vírus entre os homens gays.
_____________________________________________
Se gostou deste tema. Leia Também