quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Jean Wyllys comenta os bastidores da escolha do novo presidente da CDHM

Da esquerda para a direita: os deputados Marco Feliciano, Jean Wyllys e Jair Bolsonaro
Em seu perfil do facebook, o deputado federal Jean Wyllys comentou sobre os bastidores do congresso em relação a escolha do novo presidente da Comissão de direitos humanos da Câmara de deputados. No ano passado ela foi presidida pelo pastor Marco Feliciano, gerando inúmeros protestos em todo país contra sua presença no cargo.

Neste ano, o deputado Jair Bolsonaro, defensor da ditadura militar, inimigo dos movimentos LGBT e forte opositor dos movimentos de esquerda, queria se tornar o novo presidente da comissão. Isso seria equivalente a pôr um deputado ruralista (defensor dos fazendeiros) na comissão do meio ambiente. Algo desastroso.

Felizmente, o PT resolveu agir e em acordo com o PP (partido do Bolsonaro) e o PTB, conseguiu ficar com a presidência da comissão de Direitos Humanos.


Abaixo a declaração do jean Wyllys sobre o tema:

Deixem-me contar para vocês um pouco dos bastidores da definição da presidência da CDHM da Câmara:

O PT (leia-se o líder da bancada) poderia escolher três comissões (sendo o primeiro partido a fazer a escolha porque tem a maior bancada). A princípio, escolheu a CCJC; depois, escolheu Seguridade Social e Família; e, por fim, a Comissão de Viação e Transportes. Durante o processo de escolha, o PP (que era o sétimo partido a fazer a sua escolha) abriu mão da CDHM em nome da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, frustrando as pretensões do fascista Bolsonaro (como se vê, o tipo foi derrotado até mesmo em seu próprio partido!).

A CDHM foi a 16ª a ser escolhida e o foi pelo PTB, que, sim, escolheu a comissão não porque se identifique com seu tema, mas porque viu, aí, a chance de utilizá-la como moeda de troca. O líder do PTB fez questão de deixar claro, na mesa do colégio de líderes, de que não se comprometeria a não colocar na presidência da comissão algum deputado fundamentalista ou contrário às minorias. Viu-se então que se estava diante de uma nova ameaça.

Nós os deputados engajados na luta e promoção dos DHs - incluindo os do PT (Nilmário, Erika, pe. Luiz Couto e pe. Tom - começamos a pressão. O líder do PT soube também da pressão externa e então avaliou que perder a CDHM para fascistas ou fundamentalistas seria um enorme desgaste para o partido em ano eleitoral; então, decidiu negociar com o PTB e fez a troca.

A CDHM volta a ser presidida pelo PT (Maravilha! E eu digo isso apenas levando em conta o trabalho de meus amigos e colegas Erika, Nilmário, Luiz e Tom). Mas é lamentável que a CDHM não seja a primeira escolha de qualquer partido (Uma pena o PSOL não ter bancada suficiente para participar da escolha das presidências das comissões)!

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