terça-feira, 25 de março de 2014

Após 2 anos de sofrimento, as casas do Pinheirinho serão construídas

Moradores do bairro Pinheirinho em 2012 armados para tentar evitar o despejo
Há 2 anos atrás, em janeiro de 2012, a polícia militar de São Paulo usou 2000 policiais para cumprir uma ordem judicial de reintegração de posse e expulsou quase 6000 pessoas do bairro clandestino do Pinheirinho, já existente há quase 8 anos, num terreno de uma empresa que havia falido em 1989.

No mesmo dia em que os moradores foram retirados do terreno, os tratores começaram a derrubar as casas com todos os pertences dentro; o que é totalmente ilegal. A maioria deles saiu do terreno apenas com a roupa do corpo.

Como os governos estadual e municipal, governados pelo PSDB, estavam totalmente determinados a expulsar os moradores do local, a única esperança do Pinheirinho era o governo federal, comandado pelo PT, que em vários momentos sinalizou que tinha a intenção de comprar o terreno, para evitar o despejo. 

Porém, quando estava muito próximo da reintegração de posse acontecer, o governo federal tirou o corpo fora e não quis desembolsar o dinheiro necessário para a desapropriação, que na época corresponderia a mais de 100 milhões.

Abaixo está o triste vídeo de 2012, em que o representante do governo federal afirmou que o governo federal não ia comprar o terreno do Pinheirinho.


Como nenhum dos três poderes quis comprar o terreno, o resultado que se obteve foi milhares de pessoas sem casa e que recebem até hoje apenas um auxílio aluguel no valor de R$ 500, pagos pela prefeitura e governo do estado. Esse valor nunca foi reajustado nos últimos dois anos.

A maioria perdeu tudo o que tinha na casa demolida e teve de recomeçar a vida em locais bastante afastados do centro da cidade, onde era possível pagar aluguel com esse valor tão baixo. Em muitos casos, duas ou três famílias alugavam uma única casa, para conseguirem pagar o aluguel.

Somente hoje, 25 de março de 2014, mais de 2 anos do brutal despejo, finalmente foi assinada pela presidente Dilma Roussef a ordem de serviço para autorização da construção dos 1461 apartamentos para os ex-moradores do Pinheirinho. As obras atrasaram nestes anos todos não por sua culpa, mas por uma série de questões envolvendo o governo de São Paulo e a prefeitura de São José dos Campos.

No total serão investidos 130 milhões do governo federal, 34 milhões do governo estadual e 8,4 milhões do governo municipal, totalizando R$ 172,4 milhões de reais.

Com essa mesma quantia, em 2012, teria sido possível desapropriar o terreno e ainda terem investido um bom dinheiro em obras de infraestrutura para o bairro. Todo esse problema poderia ter sido evitado. Mas na época desapropriar o terreno seria muito caro, segundo os representantes dos três poderes. Por isso essas 6000 pessoas comeram o pão que o diabo amassou nesses últimos dois anos. Tudo isso para devolver o terreno ao antigo dono, o Naji Nahas, que até hoje nada fez com o terreno, que hoje abriga um grande matagal.

Abaixo está o link do documentário amador "Derrubaram o Pinheirinho", que produzi em 2012, reunindo centenas de vídeos relacionados com o caso do Pinheirinho. Nele vocês poderão conhecer melhor essa história.


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