Acabei de ver uma reportagem da Record, que mostra que muitos dos barracos do Pinheirinho foram derrubados com os pertences dos moradores dentro. Muitos não puderam tirar seus pertences devido à pressa em derrubar os barracos. Não haveria como no tempo de dois dias retirar todos os pertences de todos os moradores das casas.
Após a derrubada, muitos voltaram para buscar o que restou, mas vários não encontraram os seus pertences, que haviam sido saqueados. Outros encontraram suas coisas destruídas.
É terrível continuar vendo isso a cada dia, mas preciso ver e mostrar isso para as pessoas, para que as mesmas vejam o tamanho da atrocidade que cometeram contra essa gente. Tanta pressa para entregar logo ao antigo dono, só para que ele venda o mais rápido possível para investidores do ramo imobiliário, já que o terreno agora vale em torno de 180 milhões.
Pois é, leitor, no mundo de hoje, a defesa da propriedade privada é muito mais importante que a defesa dos direitos humanos fundamentais, mesmo que o dono da propriedade seja um grande criminoso como o Naji Nahas. No capitalismo, o individual está sempre à frente do coletivo. O bem estar de alguém rico está sempre à frente do bem estar dos pobres.
Muitos na internet estão elogiando a operação, falando que a lei e a ordem foi estabelecida, estão chamando esse pobre povo de vagabundo, de bandido e outras coisas mais. As tvs, revistas e jornais mostram que havia tráfico e consumo de drogas na região, como se isso não existisse até nos bairros nobres.
O nível de alienação no qual chegou a maioria da população é absurdamente alto. Chegou a um ponto em que é difícil demais de mostrar coisas óbvias às pessoas. A imprensa repete seus absurdos todos os dias e de tanto ouvirem, as pessoas os repetem também sem nem pensar no que estão dizendo.
Depois desse lamentável episódio e mais uma vez ver a péssima cobertura dos principais meios de comunicação, decidi de uma vez que vou ser um jornalista. Casos de injustiça contra a sociedade são coisas comuns, mas esse foi a gota d'água. Daqui para frente pretendo me dedicar a aprender o máximo sobre a profissão de jornalismo e me tornar um. Caso seja necessário, talvez faça uma faculdade de jornalismo.
Continuarei cobrindo o caso, conforme surjam novas notícias.