Acompanhando as discussões políticas na internet, tenho notado a grande quantidade de críticas ao governo da Dilma Roussef.
Algumas das críticas são muito válidas e bem interessantes de serem discutidas, como os enormes custos para a realização da Copa, os pobres que perderam suas casas por causa do evento, a absurda venda do pré-sal a um preço muito baixo, a exorbitante quantia usada dos nossos impostos federais para pagar a dívida pública (42%), dentre várias outras coisas.
Mas também tenho visto muita confusão nas críticas. Às vezes parece que todos os problemas existentes no país têm como culpados unicamente a Dilma e o seu partido.
Há algumas semanas li alguém que, postando uma notícia sobre a superlotação no metrô de São Paulo, afirmava que a culpa do problema seria da Dilma e do Lula, pois no lugar de investir na Copa, o governo federal deveria ter enviado o dinheiro para o governo de São Paulo investir no transporte.
Porém ele se esqueceu (ou não sabia) de que bem recentemente foi descoberto que o governo de São Paulo está sendo acusado de desviar cerca de 30% do valor das obras das linhas de trens e metrôs do estado, resultando num prejuízo de mais de 400 milhões. Os políticos do governo estadual estão sendo acusados de roubar o dinheiro que seria destinado ao transporte público, mas a culpa do transporte coletivo ruim passa a ser da Dilma e do Lula (???).
Muitos ainda hoje acham que o governo federal é responsável por gerenciar tudo em todos os lugares. Que cada mínimo aspecto de nossas vidas, seja ele bom ou ruim, é responsabilidade direta do(a) presidente. Como se estivéssemos hoje numa monarquia absolutista, em que existe um rei que toma praticamente todas as decisões. Como se não houvesse milhares de outros políticos de vários partidos no congresso, senado, governos estaduais e municipais, assembleias legislativas e câmaras de vereadores, cujas decisões tomadas impactam nossas vidas diretamente.
Em muitas cidades e estados, as prefeituras desviam milhões que seriam direcionados para a saúde, a educação, o transporte, a segurança e várias outras áreas, e ainda fazem uma má administração, resultando em péssimos serviços públicos prestados. Assim, boa parte da culpa dos nossos problemas também são consequências de decisões tomadas por políticos dos governos locais.
Para piorar, ainda temos a influência de grupos políticos que jamais serão eleitos. Eles não estão dentro dos partidos, mas os financiam constantemente: são os empresários. Eles financiam com bastante dinheiro desde as campanhas de vereadores até as dos candidatos à presidência.
Em 2010, só no primeiro turno, foram doados 100 milhões para a Dilma, 70 milhões para o Serra e 24 milhões para a Marina Silva. O objetivo desse financiamento é poder influenciar nas decisões tomadas por esses políticos, após serem eleitos.
Em muitas cidades e estados, as prefeituras desviam milhões que seriam direcionados para a saúde, a educação, o transporte, a segurança e várias outras áreas, e ainda fazem uma má administração, resultando em péssimos serviços públicos prestados. Assim, boa parte da culpa dos nossos problemas também são consequências de decisões tomadas por políticos dos governos locais.
Para piorar, ainda temos a influência de grupos políticos que jamais serão eleitos. Eles não estão dentro dos partidos, mas os financiam constantemente: são os empresários. Eles financiam com bastante dinheiro desde as campanhas de vereadores até as dos candidatos à presidência.
Em 2010, só no primeiro turno, foram doados 100 milhões para a Dilma, 70 milhões para o Serra e 24 milhões para a Marina Silva. O objetivo desse financiamento é poder influenciar nas decisões tomadas por esses políticos, após serem eleitos.
Esse grupo político (que nunca será eleito) é, sem dúvida, o mais influente. O dinheiro usado pelos empresários nas campanhas cria um compromisso entre doador (ou seria investidor?) e eleito, que passa por cima de qualquer projeto ou ideologia partidária.
Abordando todas essas questões, não tenho a intenção de fazer parecer que a presidente nada faz de errado, nem que ela não seja responsável por quaisquer dos problemas do país. Apenas quero ajudar a quebrar esse mito, existente entre muitos brasileiros, de que todos os problemas com solução política possível são responsabilidades da presidência da república e de que concentrar todas as críticas apenas à figura de quem comanda a presidência é o melhor caminho.
Alguns estão tão iludidos em torno desse mito, que acreditam seriamente que retirar a Dilma da presidência irá solucionar boa parte dos problemas do país. Como se boa parte dos outros integrantes das diversas hierarquias dos três poderes da república (executivo, legislativo e judiciário) e os empresários não fossem continuar agindo para que pouco ou nada mude. É claro que existem também aqueles que usam esse discurso de "Fora Dilma" apenas com interesses partidários.
Por isso é importante se informar adequadamente sobre as responsabilidades dos diferentes cargos políticos, para que saibamos criticar e cobrar de quem realmente tem responsabilidade direta por cada problema. Atribuir todos os problemas a uma única pessoa é sonhar que ela possui poderes que vão muito além dos que realmente possui.
Alguns estão tão iludidos em torno desse mito, que acreditam seriamente que retirar a Dilma da presidência irá solucionar boa parte dos problemas do país. Como se boa parte dos outros integrantes das diversas hierarquias dos três poderes da república (executivo, legislativo e judiciário) e os empresários não fossem continuar agindo para que pouco ou nada mude. É claro que existem também aqueles que usam esse discurso de "Fora Dilma" apenas com interesses partidários.
Por isso é importante se informar adequadamente sobre as responsabilidades dos diferentes cargos políticos, para que saibamos criticar e cobrar de quem realmente tem responsabilidade direta por cada problema. Atribuir todos os problemas a uma única pessoa é sonhar que ela possui poderes que vão muito além dos que realmente possui.