quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Concurso público em São Paulo exigiu atestado de virgindade



Abaixo estão alguns trechos de uma notícia do IG:
Concurso da Secretaria de Educação de SP pede comprovante de virgindade (06/08/2014)
Luísa* [nome fictício], de 27 anos, nunca imaginou ter de passar por esta situação. Ela precisou comprovar, por meio de um atestado médico, que "não houve ruptura himenal" [ou seja, que não teve seu hímen rompido] para preencher um dos requisitos do concurso público da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE-SP). Ela é candidata a uma das quase 10 mil vagas para o cargo de Agente de Organização Escolar da seleção pública da SEE-SP.
[...] Foi constrangedor explicar para a médica que precisava de um atestado de virgindade para poder assumir uma vaga em um concurso", diz.
Publicado em junho, o comunicado, emitido pela Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos da SEE e pelo Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME), traz detalhes sobre testes ginecológicos requeridos às candidatas mulheres.
No documento emitido pela coordenadoria da SEE e pelo DPME, há mais informações sobre os exames de colposcopia e o de colpocitologia oncótica, o Papanicolau, exigidos às candidatas. O comunicado informa que mulheres que "não possuem vida sexual ativa, deverão apresentar declaração de seu médico ginecologista assistente". Dessa forma, com a comprovação de virgindade, estariam isentas da realização dos exames ginecológicos intrusivos, de acordo com confirmação do próprio DPME.  
"Quando apresentei ao médico perito do Estado, acho que ele pensou que fosse mentira. A sua assistente olhava de lado como um ar de deboche quando eu disse que ainda era virgem. Não conseguiria passar por isso mais uma vez", fala Luísa.
Mesmo tendo apresentado o atestado de virgindade, a candidata ainda aguarda resposta definitiva do DPME sobre sua aprovação. A expectativa e que até o dia 14 deste mês o órgão se posicione sobre o seu caso.
É importante frisar que, diferente do que alguns sites e blogs fizeram parecer, o atestado de virgindade não foi um requisito para assumir o cargo. A mulher não precisava ser virgem para assumir. O atestado servia para que ela fosse dispensada de realizar uma série de exames ginecológicos.

Mesmo assim, é constrangedor para qualquer mulher ter que apresentar esse tipo de exame. Não deveria haver necessidade nem de fazer os outros exames ginecológicos solicitados, pois os mesmos não têm qualquer relação com a função que a servidora irá exercer na secretaria de educação.

A secretaria afirmou que os exames têm caráter preventivo, como se estivessem preocupados com a saúde das servidoras. Se assim fosse não exigiriam que as próprias candidatas bancassem os exames.

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